FCS recebe economistas para debater a reforma tributária
A Frente Parlamentar de Comércio e Serviços (FCS), com o apoio do Instituto UNECS, recebeu nesta quarta-feira (14), o ex-presidente do BNDES e economista, Paulo Rabello de Castro e o presidente da Kaduna Consultoria para debaterem sobre o relatório do GT da Reforma Tributária. A reunião-almoço foi liderada pelos presidentes da FCS, senador Efraim Filho (União/PB) e deputado federal Domingos Sávio (PL/MG).
“É uma matéria que não dispensa setores específicos”, ressaltou o economista. Para Paulo Rabello, a reforma tributária afeta diferentes segmentos da economia. O ex-presidente do BNDES pontuou que a Receita Federal está em constante evolução e que é necessário considerar os vários ajustes que se pretende fazer no sistema tributário.
Rabello ainda ressaltou os objetivos que, na prática, não são realmente colocados a postos. São esses: desonerar a indústria, fortalecer federação, apropriar tributos no destino, suavizar a transição e buscar equidade e crescimento.
De acordo com o ex-presidente, atualmente, “estamos distantes de uma situação ideal, com tributações diretas que representam uma carga significativa”.
“Queremos fazer uma reforma bem bolada”, destacou.
O presidente da Kaduna Consultoria, Roberto Gianetti da Fonseca, compartilhou as considerações sobre a complexidade da reforma tributária e a importância de uma análise criteriosa antes de tomar decisões precipitadas.
“Vamos influenciar de 30 a 40 anos dessa nação, isso não se resolve em uma semana”, afirmou Roberto, destacando a magnitude das mudanças propostas e a necessidade de considerar cuidadosamente os impactos a longo prazo.
Gianetti ressaltou que os números envolvidos no processo devem ser calculados e discutidos com profundidade, evitando “decisões apressadas”.
O economista enfatizou a importância de uma análise mais criteriosa, sugerindo que o processo de reforma tributária exige uma compreensão aprofundada das repercussões econômicas e sociais. Essa abordagem permitirá que sejam tomadas decisões mais informadas e eficazes.
Além disso, Roberto Gianetti da Fonseca defendeu a eliminação do cashback, uma prática que oferece reembolsos em dinheiro aos consumidores. Para ele, essa perspectiva é que essa medida pode simplificar o sistema tributário e contribuir para uma maior transparência nas transações comerciais.
Posição dos parlamentares
O presidente da FCS no Senado Federal, senador Efraim Filho (UNIÃO/PB), afirmou que é necessário mais tempo de discussão do tema. “Ninguém vai conseguir votar isso de uma hora para outra”, destacando a complexidade e a importância de um debate aprofundado sobre a reforma tributária.
Já o presidente da FCS, na Câmara dos Deputados, deputado Domingos Sávio (PL/MG), afirmou que “não adianta conhecer o texto amanhã e não ter com quem debater”.
O deputado federal Zé Neto (PT-BA), vice-presidente da FCS, ressaltou que o desejo por uma reforma tributária “não é apenas do governo, mas do país como um todo”. O parlamentar destacou que o Brasil não suporta mais o atual sistema tributário, que muitas vezes é complexo e oneroso para os contribuintes.
“Se começar mal, é muito ruim”, ressaltou o senador Oriovisto Guimarães (Podemos- PR) destacando a importância de um início adequado para garantir o sucesso da reforma tributária.
“Tem muitas coisas que levam ao ceticismo”, afirmou o senador Sérgio Moro (União-PR), sugerindo que alguns elementos da proposta não parecem coerentes.